Elogio a Sombra: Pergolado
Recentemente, enquanto pesquisava sobre a Expo 70, Osaka, redescobri um belíssimo projeto paulista. Fruto de uma colaboração tão inusitada quanto a de Kenzo Tange e Taro Okamoto no Big Roof, Paulo Mendes da Rocha e Ruy Ohtake, bem como Jorge Caron e Júlio Katinsky, colaboraram na criação do pavilhão brasileiro da exposição mundial.
Apesar de também abordar o tema da cobertura, assim como a equipe japonesa, o projeto brasileiro parecia uma negação ao Big Roof. Tratava-se de um pergolado com pé-direito reduzido, em grelha de concreto, low-tech e bruta que literalmente pousava sobre uma topografia ornamental. Quem quiser saber mais sobre este projeto, clique aqui.
Tal foi minha felicidade em rever este projeto que decidi fazer uma pequena homenagem; do meu jeito e relevante ao blog. E se a grelha tivesse aberturas variáveis (em minha opinião, a maior potência deste projeto era sua sombra)? Como ficaria?
Resgatando a definição do Attractor Point, adaptei para gerar coberturas com aberturas variáveis e influenciadas por um ponto de atração.
Para as regras das aberturas, tirando sua distância em relação ao ponto de referência, imagine que podemos traçar um vetor, partindo do centro de uma célula da grelha; agora decomponha este vetor em seus valores em X e Y. Se X for maior, então a largura da abertura em Y fica fixa e X varia; caso contrário o oposto acontece.
Aplicando esta regra sobre uma malha temos:
Agora, pousando a cobertura gerada sobre uma topografia:
Uma definição simples, mas que aborda conceitos importantes: como são muitos módulos, 1500, ficaria inviável criá-los como Breps; por isso fiz uso de low poly meshes.
Fica aqui expressa minha homenagem, espero que tenham gostado e não de esqueçam de baixar a definição no link abaixo.
Até a próxima!